Em matéria publicada hoje (28/04) no Estadão pelo repórter Gustavo Côrtes, a atual gestão do governo federal comandada pelo presidente Lula, fez uma verdadeira farra de indicações para conselhos de empresas estatais e privadas das quais a União é acionista.
No levantamento realizado pelo repórter, nada mais e nada menos que, 323 aliados foram nomeados cujos valores dos contracheques podem chegar a mais de R$ 80 mil. Entre os beneficiados estão ministros, secretários-executivos, chefes de gabinete, assessores do Palácio do Planalto, servidores comissionados, dirigentes do PT, ex-parlamentares do partido e até apadrinhados do Congresso Nacional.
Para realizar este mapeamento, o Estadão fez mais de 40 pedidos com base na Lei de Acesso à Informação, além de cruzar dados das empresas e analisar documentos de ministérios.
ENTENDENDO
Os conselhos fiscais e de administração são responsáveis por decisões relevantes, seus integrantes costumam ser pessoas com currículo aderente, possuírem conhecimentos específicos e larga experiência em gestão.
Entretanto o que foi observado é que, na gestão petista, estes postos foram distribuídos para figuras sem credenciais e critérios técnicos, muito mais em razão de seu apadrinhamento político e como uma maneira de complementar remuneração.
EXEMPLO EMBLEMÁTICO
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, é formada em Letras e antes de ir para o governo federal, atuava como professora de inglês em colégios do Rio de Janeiro.
Atualmente está fazendo parte do conselho de administração da Tupy, uma metalúrgica multinacional privada que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é acionista. A companhia paga R$ 39 mil por mês para ministra e ano passado, a empresa distribuiu R$ 4,28 milhões em remuneração aos integrantes do conselho.
MINISTRO DA CGU ATINGE R$ 83 MIL
O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, além de seu salário de ministro de R$ 44 mil, ao fazer parte dos conselhos da Tupy e da Brasilcap, subsidiária do Banco do Brasil, atinge a impressionante cifra de R$ 83 mil por mês.
MINISTROS NA ITAIPU BINACIONAL COM GANHO DE R$ 34 MIL POR REUNIÃO
Cinco ministros do governo Lula integram o conselho da Itaipu Binacional: Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Esther Dweck (Gestão) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). A companhia paga cerca de R$ 34 mil por reunião do colegiado, que normalmente ocorre bimestralmente.
INDICADOS NO SISTEMA S RECEBENDO R$ 28 MIL MENSAIS
Os ministros Luiz Marinho do Trabalho e Alexandre Padilha da Saúde, recebem R$ 28 mil por mês por serem membros do conselho fiscal do Serviço Social do Comércio (SESC), que é gerido por sindicatos patronais e de trabalhadores em parceria com o governo federal.
VISÃO DE ESPECIALISTAS
Para Sandro Cabral, professor de estratégias e gestão pública do Insper, a questão é a seguinte: “Essas pessoas ocupariam cargos similares em empresas privadas sem ingerência do governo?”
O professor Luís André Azevedo da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), em resumo, afirma que as indicações devem observar também o princípio da eficiência e que, apesar de não haver na Lei das Estatais a exigência de experiências profissionais ou acadêmicas específicas, o melhor é que a pessoa tenha atuação prévia ou formação na área em que a empresa trabalha.
OPINIÃO R1 PALMAS
Como foi demonstrado na matéria do Estadão, a acomodação política partidária está a frente de decisões razoáveis e técnicas. Preferir indicar “amigos” para postos relevantes que o governo Lula tem acesso, caracteriza, mais uma vez, a mazela em que o Brasil se encontra, com gente desqualificada, despreparada, ocupando espaços que deveriam ser de outros brasileiros qualificados especificamente e com perfis técnicos curricularmente comprovados.
Por Rafael Alves – R1 Palmas
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