De acordo com informações das testemunhas, o homem aparentava calma enquanto andava com o corpo pelas ruas movimentadas. As pessoas não desconfiaram e acreditavam que o idoso estaria cochilando na cadeira de rodas. Porém, perceberam que a vítima não respirava e nem se movia.
A Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) foi acionada e constatou que se tratava de um cadáver. O homem que estava com o corpo foi identificado como filho do idoso e preso. O Instituto Médico Legal (IML) fez a remoção do corpo para exames que determinarão a causa e o tempo da morte. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) irá investigar o caso.
Durante coletiva de imprensa realizada ainda este sábado, o delegado Adanor, adjunto da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), repassou mais detalhes sobre o ocorrido. Ele explicou que o filho relatou ter saído de casa por volta de 12h30 com o pai, com o objetivo de realizar empréstimos bancários no Centro de Manaus.
Segundo Rômulo, a intenção era comprar itens de higiene e alimentação. O filho alegou estar desempregado e afirmou que tem dificuldades para conseguir trabalho porque precisa cuidar do pai. A polícia também informou que, de acordo com o depoimento de Rômulo, o idoso era beneficiário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas recebia um valor muito baixo de aposentadoria.
“Aparentemente, a vítima estava com algumas feridas no corpo. Segundo a perícia, pode estar relacionado às comorbidades desse idoso que, conforme os familiares, era hipertenso, tinha diabetes e estava com uma bolsa de colostomia”, afirmou o delegado.
“Se for constatado que o idoso já estava morto há algum tempo, pode ser caracterizado o crime de vilipêndio de cadáver. E, caso o filho ainda tenha chegado a realizar o empréstimo após a morte, pode responder também por estelionato. Então, depende muito do resultado da perícia”, explicou o delegado.
De acordo com a polícia, o perito que esteve no local pôde constatar rigidez cadavérica no corpo do idoso, mas ainda não foi possível determinar o tempo exato da morte. Isso só poderá ser esclarecido com o laudo definitivo do Instituto Médico Legal (IML). E segundo a polícia, o resultado da perícia será essencial para que o inquérito defina se houve ou não algum crime.
Ainda conforme as autoridades, Rômulo se emocionou bastante no momento em que foi confirmada a morte do pai e chegou a chorar diante da equipe médica e policial. A polícia também contou que um outro filho de José Pequenino compareceu à delegacia e declarou que não via o pai desde novembro do ano passado. O homem também disse que não mantinha nenhum contato com o idoso. A proprietária do imóvel onde Rômulo e o pai estavam morando também será ouvida.
A situação viralizou rapidamente nas redes sociais onde internautas relembraram o caso de “Tio Paulo”.
O caso segue sendo investigado e aguarda os resultados dos exames periciais.
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