Bilionários Zuck e Bezos doam US$ 1 milhão para posse de Trump

Após um jantar entre Mark Zuckerberg, CEO da Meta, e Donald Trump na semana passada, a relação entre os dois bilionários parece ter dado uma guinada. A Meta anunciou uma doação de US$ 1 milhão para o fundo de posse do presidente eleito, marcando uma nova fase de aproximação. A relação, que já foi marcada por atritos — com Trump acusando a Big Tech de censurar conteúdos conservadores —, mudou de tom após o atentado a tiros sofrido pelo republicano durante a campanha. Zuckerberg chegou a elogiar a postura resiliente de Trump após o incidente, chamando-o de “durão”.

Logo após o anúncio da Meta, a Amazon também confirmou uma doação de US$ 1 milhão ao fundo de posse de Trump. Jeff Bezos, fundador da gigante do e-commerce, que também teve relações distantes com Trump no passado, surpreendeu ao declarar otimismo com os planos do republicano. "Ele parece ter muita energia em torno da redução da regulamentação. Se eu puder ajudá-lo a fazer isso, eu vou ajudá-lo", afirmou Bezos.

Uma nova era de apoio no Vale do Silício?

Esses anúncios fazem parte de um movimento maior que tem atraído grandes nomes do setor de tecnologia para o círculo de influência de Trump. A aproximação indica que, pela primeira vez, uma quantidade significativa de líderes do Vale do Silício está disposta a colaborar diretamente com a Casa Branca. Entre os envolvidos estão nomes de peso como:

• Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX, nomeado para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), com poder para identificar cortes e redirecionar gastos públicos;
• David Sacks, ex-PayPal e influente investidor, designado “czar” de inteligência artificial e criptomoedas, com a missão de colocar os EUA na liderança global desses setores;
• Jared Isaacman, CEO da Shift4 Payments, que assumirá a liderança da NASA. Isaacman já trabalhou em parceria com a SpaceX em missões espaciais privadas;
• Marc Andreessen, sócio do fundo de capital de risco a16z, que esteve presente na equipe de transição de Trump, entrevistando candidatos a cargos estratégicos no governo.

Tecnologia no centro da nova agenda

A aproximação dos gigantes da tecnologia não apenas reflete a busca por eficiência governamental, mas também aponta para uma agenda mais favorável ao setor. Inteligência artificial, criptomoedas e a corrida tecnológica contra a China devem ser prioridades do novo governo. A criação do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) é vista como um exemplo de como os princípios do Vale do Silício podem influenciar Washington.

Um dado que reforça a relevância dessa parceria é o crescimento do impacto das empresas de criptomoedas na política americana. Na última eleição, as doações do setor representaram um terço de todas as contribuições corporativas para super PACs. O setor alcançou uma taxa de vitória de 85% entre os candidatos apoiados, incluindo republicanos e democratas.

Com o novo cenário, as grandes lideranças da tecnologia têm a oportunidade de moldar políticas públicas e impulsionar inovações, trazendo uma nova dinâmica para a relação entre o governo e o setor privado.

Por Rafael Alves* - R1 Palmas

* - auxílio de IA